home | gestão de pessoas
Como transformar a introversão em vantagem organizacional para uma boa atuação na liderança.
Muitas empresas aplicam testes em seus colaboradores buscando cada vez mais encontrar o perfil ideal de liderança e influenciadores para seu quadro de colaboradores. E neste sentido, a busca por bons oradores e argumentadores sempre atrelada aos mais falantes deixou, muitas vezes, os introvertidos fora da cogitação para a promoção de cargos gerenciais. Ao longo da história não foram poucos os relatos de pessoas excluídas de uma seleção interna por conta de seu perfil reservado e cauteloso.
No entanto, o rótulo dos introvertidos vem perdendo espaço como visão errônea em muitos ambientes corporativos e tem sido contraposto por uma pesquisadora americana, Jennifer B. Kahnweiler, autora do livro “A Força dos Quietos”, que aborda uma perspectiva empresarial para os profissionais mais calados. Pensamentos mais profundos, mergulho na criatividade e reserva ao se expor são características dos profissionais introvertidos, que possuem sim capacidade de liderança, podendo ter um grande número de liderados desejosos por segui-los.
O autocontrole, o pensar antes de agir e o silencio contraditório ao barulhento extrovertido fazem com que o ambiente empresarial fique mais sereno quando conduzidos por profissionais com perfis mais introvertidos, e não menos profissional. A habilidade de persuasão, por sua vez, se torna quase que imperceptível, visto que o comportamento do introvertido reafirma a liderança pelo comportamento e não convencimento.
O que precisamos ter em mente é que cada temperamento e personalidade têm seus pontos fracos e fortes, sendo que devemos saber respeitar cada jeito de ser e buscar adequar o processo de adaptação entre todos da equipe. Mas é mais do que chegado o momento em que as pesquisas evidenciam as grandes vantagens dos quietos no comando da liderança.
Por isso trouxemos 05 razões que mostram por que os introvertidos podem se dar muito bem na liderança:
Nada é mais importante do que saber ouvir sua equipe. E esta é uma habilidade nata dos introvertidos. Com o perfil de processar sempre as informações antes de tomar uma ação ou reagir, eles avaliam cuidadosamente os detalhes antes de simplesmente falar o que vem à mente. Com isso também são capazes de gerir mais informações vindas de sua equipe e transformá-las em potencial produtivo, seja analisando novas ideias, sugestões ou mesmo permanecendo atento à opiniões e comentários que podem favorecer as ações corporativas. E essa prática também gera uma relação mais aberta e amigável com a equipe.
Como os introvertidos tem uma característica de liderança compartilhada justamente por serem bons ouvintes, há maiores probabilidades de que eles deem mais espaço e autonomia para sua equipe trabalhar, pois valorizam as iniciativas de cada membro do seu time. Isso promove mais flexibilidade para o trabalho diário e torna sua equipe mais confiante e preparada.
Introvertidos precisam do seu próprio tempo e espaço. Eles são naturalmente independentes e sabem da importância de respeitar os limites de cada um. É por isso que também dão mais espaço aos seus colaboradores e acreditam em gerar equipes independentes, que saibam atuar em situações diversas e mesmo quando não há presença da liderança em alguma ocasião de urgência. Isso gera times mais desenvolvidos e ativos, além de promover também o espírito de criatividade e jogo de cintura em cada membro da equipe, criando um clima saudável em que todos são igualmente responsáveis pelas atividades, sem que exista a necessidade de um chefe pegando no pé o tempo todo para que os resultados apareçam.
Introvertidos não são apenas mais silenciosos que os extrovertidos. Eles também são mais calmos, serenos e sinceros. Esse perfil é essencial para uma liderança mais positiva e um clima organizacional mais agradável, já que é comum que as pressões do dia a dia gerem conflitos e emoções inflamadas. Líderes mais calmos tornam-se espelhos para suas equipes, que também adotam essa postura no tratamento com os clientes e refletem resultados mais acolhedores e eficientes.
O comportamento mais reflexivo dos extrovertidos os leva a considerar todos os lados de uma questão antes de tomar uma decisão, o que pode torna-la mais assertiva do que as decisões por vezes precipitadas ou impensadas de um extrovertido. Esse potencial de assertividade pode ser fundamental em situações de risco ou mesmo em grandes projetos, pois levam em consideração também todas as ameaças que podem comprometer o sucesso dos resultados, beneficiando os resultados corporativos como um todo e transmitindo a imagem de uma liderança confiável, experiente e exemplar.